Pais separados, filhos lixados.
Imagem de sabetudo
Não há dúvida nenhuma que numa separação de adultos quem mais sofre é a “criança”.
Já não vamos as causas que levam os adultos a separarem-se, sabemos que na maioria das questões estão envolvidas a violência física e psicológica, a traição conjugal e o desemprego de um ou dos dois conjugues.
Quando as questões chegam a tribunal, os juízes dão preferência quase sempre a mãe biológica e muitas das vezes o pai assina o acordo para ter direito a estar com o filho de x em x tempo, muitas das vezes esse acordo é desrespeitado pela mãe.
Aqui começam as maiores guerras, envolvendo muitas das vezes polícia, avós, tribunais e afectando o objecto de cobiça, neste caso a criança que sofre com todo este processo.
Os pais por sua vez, esquecem-se que quem mais sofre com todos esses problemas são sem dúvidas os filhos.
São raros os casais que conseguem resolver entre si estas questões de uma forma civilizada, a maioria dos casais estão ambas preocupados a fazerem guerras psicológicas uns contra os outros e para esse fim usam as crianças para fazerem sofrer a outra parte.
No meu caso, os meus pais, entraram em guerra e a minha mãe era doméstica, como não chegaram a um acordo fui parar numa instituição ligada a Igreja onde passei, fome e medo, lugar onde havia uma centena de crianças de diversas idades, muitas das quais esquecidas pelos pais.
A violência praticada ali era o abuso de poder, enquanto entre as crianças reinava a lei do mais forte. Muitas dessas crianças que saíram daquele lar, já na idade adulta, saíram revoltadas e muitas delas seguiram o caminho do crime,
Mas isso é uma outra história. O importante é que uma criança precisa tanto do pai como da mãe.
Não se deve perguntar a uma criança quem é o melhor a cuidar dela, mas deve dar-lhe amor e fomentar a participação das duas partes na criação da mesma.
Os pais separados devem ter participação activa nas vidas dos filhos e este direito não deve ser negado a nenhum.
Quando os pais se encontrarem devem conversar como adultos de forma civilizada e discutirem apenas o que é importante e necessário para a evolução física e psicológica de seus filhos.
Evitar ficar triste perto dos filhos, quando acaba a visita ou quando chega a vez da outra parte ficar com ele. A situação para ele já é ruim, mas se ele vê um pai e uma mãe triste, ainda fica pior.
Não se deve privar a outra parte de passar o tempo estipulado com o filho, pois isso não faz bem nenhum a criança. Lembrem-se que a criança tem agora 2 casas e se encontra igualmente dividida.
Que os pais separados, sejam gentis e cordeais um com o outro e não tratem as despedidas como quem despacha uma mercadoria.
Em caso de conflitos e hostilidades, apanhem os vossos filhos em casas de amigos, avós ou mesmo na escola, para não brigarem em frente do filho.
Os pais não devem tentar comprar os filhos com prendas ou dinheiro, não devem entrar em choque ou denegrirem a imagem um do outro.
Os pais devem tentar dar ao filho a vida semelhante a que eles tinham antes da separação e não vestirem uma máscara para darem aquilo que não têm.
Devem procurar dar-se bem tanto com os avós paternos como os maternos.
Os pais separados têm direito a refazerem as suas vidas, sejam gentis com a nova cara-metade.
Não tentem fugir ou mudar-se para o estrangeiro levando o filho sem o consentimento do outro, pois na memória de uma criança está gravada muitas particularidades e mesmo o cheiro da outra parte ou lugares. Quando chegar a uma certa altura da vida esta criança vai querer encontrar o outro progenitor, pois precisa de respostas e precisa saber a verdade de outro ponto de vista.
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