quarta-feira, 4 de maio de 2011

Comércio tradicional bem mais caro



Comércio tradicional é bem mais caro. Qual é o futuro deste tipo de comércio.




Imagem de: afugado

Hiper e Super: Cada vez mais é um cenário diário nas periferias da cidade.


As vezes parece que os portugueses vivem todos bem e que não estamos em crise. Filas de carros e pessoas fazem romaria aos supermercados e hipermercados, principalmente nas zonas litorais.


Ao mesmo tempo, as principais ruas do comércio da maioria das cidades definham, cada vez mais desertas. Lojas vazias, montras fechadas, papéis e placas a dizer “vende-se”, “trespassa-se”, passa-se, cede-se e “aluga-se” confirmam a queda do comércio tradicional principalmente nas zonas históricas. Será efeitos da actualidade económica, ou de toda uma profunda crise de valores? Na verdade, o que levou as pessoas a voltarem costas às lojas de sempre?


Sabemos que o comércio tradicional enfrenta brigas de gigantes e que essas superfícies têm tudo concentrado num só lugar e com muito mais conforto para os clientes é o caso da facilidade de estacionamento por exemplo.


O problema também passa pela facilidade de crédito ao consumo é o caso do Jumbo que têm o cartão de crédito e dá descontos a quem o usar nas compras, o Modelo Continente têm cartões de pontos que acumulam descontos e esses pontos valem dinheiro e podem ser usados nas compras dos produtos, no caso do Minipreço, o uso dos cartões dão direitos a todos meses talões com uma grande quantidade de produtos que podem atingir até 50% de descontos.


Temos que ver que as pessoas agarram-se as crises e não fazem nada para ultrapassarem, nestes últimos 2 anos fecharam mais de 20.000 lojas no comércio tradicional.


A culpa também é do comerciante que não investe no negócio e não cria melhores condições para que as pessoas venham mais vezes ao comércio tradicional.


O preço praticado pelos comerciantes também é um factor decisivo, por exemplo eu comprei um corrector no comércio tradicional por 3,95 euros e ao meu lado, cerca de 4 minutos a pé, o Pingo Doce vendia o mesmo produto da mesma marca por 2,68 euros, ou seja 1,27 a mais, o que representa uma grande diferença no orçamento das famílias.


Assim como eu vi este produto posso acrescentar que todo o material de papelaria que estava no supermercado era todo muito mais barato. Basta o cliente se aperceber disso para não mais voltar a papelaria do bairro.


O comerciante tem que ganhar margens menores para ter hipótese de concorrer com as grandes superfícies e cobrar mais caro pelos produtos exclusivos e que a concorrência não tenha, do contrário estará sempre empurrando a classe média e baixa para os híper.


A solução passa pela mudança de atitude dos empresários, estes senhores tem que modernizarem-se, a reverem a forma de gestão das suas empresas.


A autarquia também é culpada, têm minado os centros das cidades com parquímetros, e taxas de estacionamento que afastam ainda mais os potenciais clientes do comércio tradicional.


Algumas zonas históricas ricas em património deveriam ser fechadas ao trânsito para obrigarem as pessoas a percorrerem as cidades a pé e também desenvolverem o comércio de rua, como o artesanato e explanadas, mas para isso era preciso tornar as cidades mais agradáveis, por exemplo recuperar as fachadas das ruas principais e das casas com história.


Existem muitas cidades no país que exploram as belezas das cidades é o caso de Óbidos, onde as pessoas deixam o carro longe e deslocam-se a pé, preservando assim o património e fomentando o turismo.

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