Existem coisas que nos ultrapassam: Cresci no meio do xulé e dos peidos e infelizmente ou felizmente, já me acostumei a eles. Enquanto escrevia este "post" numa sala de leitura de Santarém, o meu vizinho do lado deixava escapar um gás "propano" e silencioso. Aquele cheirinho quente e destrutivo elevou-se suavemente no ar, presenteando os sossegados leitores e frequentadores daquele espaço que rápidamente e silenciosamente se entreolharam a espera de quem se acusasse.
Imagem original: pavablogPodemos dizer que embora a nossa legislação prevê este tipo de crime, assim como urinar em locais públicos, as autoridades não se preocupam em se fazer cumprir.
O peido ou bufa, também é cultural. Tenho amigos médicos que dizem que não é bom retê-lo e que devemos liberta-lo da mesma forma que tentamos ser livres da opressão.
Há quem diga que o peido é o grito abafado da liberdade e têm que vir cá para fora.
De vez em quando sou convidado para almoços em que o meu vizinho do lado dá um valente arroto pelo rabo, eu estou falando de indivíduos doutorados e não o zé-povinho.
Os Turcos, arrotam e peidam na mesa durante as refeições entre eles, dizem que está associado a satisfação e se não o fizesse podia ser mau interpretado, assim como eles, existem outros povos.
Pelo que vejo e pelo que ouço, tenho minhas dúvidas se será falta de educação ou um problema cultural.
Imagem original: carmonga
O ministro da Justiça e Assuntos Constitucionais, George Chaponda, deu um claro sinal de que leva a questão muito a sério ao afirmar, citado pela agência sul-africana SAPA, que "o governo tem a obrigação de garantir a decência pública e de introduzir ordem no país".
Chaponda considerou que o mau hábito de libertar gases intestinais em público é uma consequência directa da democracia, sendo, em sua opinião, necessário que as pessoas aprendam a "controlar a natureza".
"Este hábito não existia nos tempos da ditadura porque os cidadãos temiam as consequências, mas desde que o país abraçou a democracia multipartidária há 16 anos as pessoas começaram a sentir que podem libertar gases em qualquer lado", referiu o ministro da Justiça, que propôs a criminalização.
O Partido Democrático Progressista, ao qual pertence o ministro, parece levar o assunto tão a sério como o próprio Chaponda e está disposto a usar a sua maioria parlamentar para aprovar uma nova lei que torne ilegal a flatulência.
Uma lei dos tempos da ditadura já ilegaliza aquele acto mas as autoridades não a fazem cumprir.
A legislação, ainda em vigor, estabelece que "qualquer pessoa que vicie a atmosfera em qualquer lugar e com isso torne nocivo o ar para as pessoas em geral que transitam ou trabalhem na vizinhança ou na via pública será considerada culpada de delito de menor gravidade".
Notícia completa em: acontecimentos-insolitos
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