sábado, 25 de setembro de 2010

Malandros profissionais parte 1

Imagem original:umjardimnodeserto
crítica na aldeia

Em Portugal e no Brasil, é dito popularmente que um malandro é a pessoa dos anos 30 à 40 que não queria trabalhar, gostava da boémia, enganava e mentia constantemente para encobrir a verdade, frequentava clubes e diversões sem pagar nada, pendurava as contas e pedia dinheiro emprestado aos conhecidos e depois não pagava, usava artimanhas e histórias tristes para arranjar dinheiro, pendurava contas em farmácias e pequenas vendas e bazares, com o intuito de não pagar, vendia objectos que não lhe pertencia e punha amigos e conhecidos em situação difíceis para que pudesse lucrar com isso, dava endereços falsos da sua morada para que as empresas de crédito não pudessem cobrar, muitas vezes este malandro era também conhecido como “cara de pau”, capaz de fazer papéis ridículos e escandalosos com naturalidade comprometendo os outros.

Entre muitos defeitos estão:

Ladrão, enganador e mentiroso, bêbado, frio, sem escrúpulos, sem ética, gozão, aproveitador de mulheres de amigos e conhecidos, xulo ou gigolô, preguiçoso. Intermediário entre pessoas, no caso negócios de vendas, entrão, bajulador, aproveitador, comprometedor, vigarista, traidor, chantagista, corrupto, desavergonhado, batoteiro entre outros.

Dos anos 30 aos anos 60, a definição de “malandro” aumentou muito. Em países como Portugal que reúne uma grande mistura de imigrantes e uma população pequena, nota-se com alguma facilidade estes senhores que vivem dentro e ao mesmo tempo à margem da sociedade.

Muitos desses malandros têm um estilo próprio. Uns são bons faladores e vestem-se bem, têm um grande leque de conhecimentos e guardam memórias do passado, utilizam o facto de serem conhecidos para aplicarem golpes em terceiros e depois sai de cena por algum tempo.

Assim como os outros têm sempre uma história para contar ou algo para vender, geralmente estes objectos não são deles. Oferecem-se como intermediários para resolver problemas de amigos e depois desaparecem com o lucro do golpe, geralmente usam golpes como o arranjo de carro, onde conhece o dono da oficina e aplica uma quantia superior ao cobrado ou leva o carro arranjado com o pretexto de pagar no dia seguinte, recebendo assim o dinheiro do dono do carro e a seguir desaparecendo.

Eles de maneira geral são bons observadores e conversadores, escondem muitas vezes os olhos debaixo dos óculos escuros para que as pessoas de fora não saibam para onde estão olhando. Gostam de meter conversas com as mulheres e preferem as casadas, elogiam-nas bastante, controlam o horário de trabalho dos maridos e quando eles vão para o trabalho, procuram se aproximar delas, uma vez conseguido ter a relação sexual, o malandro faz tudo e mais alguma coisa para a satisfação da vítima, tornando-a cliente e depois chantageando-a.

Outros malandros, são oportunistas e operam golpes mais baixos, como cravar, cigarros, refeições, pequenos objectos, geralmente operam em botequins e tascas, fazem pequenos enganos, gostam de falar abertamente de mulheres e de experiências que não viveram como se tivessem vivido. Também fazem pequenos roubos como os de supermercados e depois vendem os produtos aos conhecidos. Estes também vêem na mulher uma oportunidade de sustento, mas a sua aparência é menos cuidada e mais desmazelada, falta-lhes cultura e brio.

No Brasil este tipo de malandro é chamado de "MALANDRO PÉ DE CHINELO", esta definição diz que este tipo de esperto é um desclassificado na sociedade, são também definidos como violadores do código "171" que envolve artigos como: estelionato e falsificação e também estes artistas são peritos em arranjar confusões e movimentos de distracção, na sua linguagem é definido por "31". Este malandros, geralmente operam em esquinas, deste ponto de observação observa todas as pessoas que passam. Nas esquinas geralmente têm sempre um café e é aí que ele observa à vítima.


Imagem original: risorico
crítica na aldeia

Alguns truques usados pelos Malandros.

Os olhos observadores do malandro, procura uma vítima frágil e com posses, dali do seu posto de vigia ele segue as vítimas locais e horários, tendo em conta os comportamentos da vizinhança. Passado alguns dias este covarde caçador, já têm vários perfis traçados e já sabe as moradas, os carros, o agregado familiar e muitas vezes os locais onde trabalham, onde as crianças estudam e os trajectos que à família faz, tudo isso associado ao factor tempo, pois o relógio é importante no seu plano. Agora só falta uma boa história para convencer à vítima a dar o dinheiro ou comprar qualquer coisa que ela não precise.

Durante vários dias as vítimas foram seguidas e observadas, sem que dessem por isso. É uma situação muito triste, pois ninguém está seguro e estas pessoas não têm moral nenhuma, por isso é muito importante que todas as crianças tenham formação e que tenham valores éticos e morais para evitarem que alguns se tornem "MALANDROS" e que as pessoas em geral participem mais da comunidade onde vivem e não se isolem, para assim controlar-se o que se passa no bairro e juntos também observarem aqueles que não fazem parte da comunidade.

Em Portugal, as vítimas preferidas e escolhidas por este tipo de "malandro" é as pessoas idosas e as pessoas que estão mais isoladas nas aldeias. Os malandros muitas vezes passam por técnicos de água, gás, electricidade e telefone, penetram na casa da vítima para assaltarem ou então cobram valores pelos serviços que vão prestar, dizendo que para se resolver o problema têm que adquirir a peça x ou y. Muitas vezes chegam a despejar baldes de água por debaixo da porta da casa da vítima, simulando vazamentos ou fugas de canos. Em seguida batem à porta como técnicos da empresa de águas.

Troca de dinheiros é uma das preferidas técnicas para retirarem o dinheiro de idosos que se encontram isolados. Batem na porta das vítimas e dizem que as notas de 20,00 euros saíram de circulação e eles estão ali para trocarem. Identificam-se como funcionários das finanças.

Cartão "MULTIBANCO": Aproximam-se da vítima e metem conversa como: Então: A senhora nunca mais apareceu no Banco, estava preocupado consigo é que ouve alteração dos códigos da caderneta e do cartão, mas se a senhora for comigo ao multibanco eu resolvo isso.

Outro golpe usado nas aldeias, são feitos por vendedores nómadas, que utilizam o método dos sacos pretos. O golpe restringe-se na apresentação de casacos de couro preto. Estes casacos custam no mercado cerca de 250,00 à 300,00 e eles oferecem por 70,00 e depois 60,00, como o negócio é bom há sempre quem caia. Num dos sacos pretos estão alguns com jornais ou cartões molhados. A vítima experimenta o casaco e ao retirar volta novamente para o saco preto, nisso a pessoa que vai ser enganada vai retirar o dinheiro da carteira para o pagamento, enquanto isso o 2º malandro troca os sacos. Efectuado à venda, os malandros desaparecem logo em seguida, deixando a vítima com um saco cheio de jornais molhados.

Outro negócio que aparece junto as pequenas empresas que estão longe dos centros, é o afia laminas, serrotes, serras, facas, tesouras e ferramentas em geral, inclusive recuperam e tratam de brocas dando a estas a passagem de um produto que permitem a mesma furar quase tudo. Combinam um valor muito baixo baseado nos centímetros e nos milímetros das ferramentas, à vítima vê que é um excelente negócio e que o trabalho é muito barato.

A reacção do dono da empresa é dar o máximo de ferramentas para a restauração e melhoramentos. Estes indivíduos são também nómadas que trazem um camião de baixa tonelagem e lá dentro existe uma pequena oficina montada. No final do mesmo dia, eles aparecem na empresa com as ferramentas e com uma conta astronómica para o empresário pagar e explicam que a medição de tudo aquilo junto ultrapassa dezenas de metros e se a quantia não for paga imediatamente à vítima morre. Muitas vezes estas contas chegam a valores superiores a 1.000,00 (mil Euros).

Outra situação é a dupla de malandros que trabalham nos Bancos. Um entra e marca os idosos nas costas com um autocolante e este quando sai é identificado pelo parceiro que trabalha no exterior. Agora é só seguir à vítima e esperar a hora certa para agir.

Os ladrões de tabaco também agem em situações semelhantes. Ficam dentro dos carros observando os donos de cafés que vão comprar os maços de tabaco, seguem-nos e esperam que ele saia do carro para fazer algum outro serviço, em seguida assaltam o carro e levam o material.

O polícia militar: O malandro arranja uma farda e botas da tropa, geralmente conta histórias de África e do Ultramar, aparece com bijutarias falsas e com bastante informação a respeito da vítima. Aproximam-se já com muitas informações obtidas através da vizinhança e com esta informação impingem falsos diamantes trazidos de África e alegam que só vendem por necessidade. precisa desfazer-se disso com um baixo preço. *Por sua vez à vítima compra em geral por pena e simpatia. Uma vez descoberto, ameaça à vítima se ela abrir à boca.

Mensageiro de guerra. Este procura informações no bairro de quem têm filhos soldados em missão internacional. Uma vez observado á família em causa e pesquisado na vizinhança informações da família e do passado, o nome do cão e do gato, se tem irmão ou irmã, este "malandro" aproxima-se da família para trazer notícias do filho, consegue almoçar e muitas das vezes ainda consegue dinheiro emprestado. Se descobrir que a família não têm contacto com o filho, oferece-se para levar bens materiais e dinheiro para o soldado em dificuldades.

Golpe do correio: A casa é observada e espera-se que o idoso ou idosa estejam só, a seguir aparece o malandro vestido de funcionário de entregas e traz uma caixa grande e pesada com o nome do filho e uma fotocópia com o endereço da rua e o nome do familiar da vítima. A vítima têm que pagar pela encomenda e o malandro vai-se embora. Quando o filho chega à casa fica surpreendido, pois não fez nenhuma encomenda e ao abrir a caixa, esta está cheia de pedras.


Continua em: Malandros profissionais parte 2

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